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Actualmente, o estudo morfológico dos traços de ocupação e uso do território, deve também valorizar o desenvolvimento das actividades mineiras, que funcionam como pólo aglutinador de gentes e serviços, as quais dependem por sua vez de outro tipo de recursos, designadamente agrícolas, que passam a ser produzidos na época romana de acordo com outra estrutura de exploração, assente em estabelecimentos de tipo villa, ou aglomerados rurais.

Daí que o estudo da mineração e das técnicas metalúrgicas deva ser articulado com a reorganização do território, pois a intensidade da exploração mineira na época romana determinou fenómenos de reordenamento do povoamento e alterações nas estruturas produtivas.

Idade do Ferro, romanização, ourivesaria e arqueometalurgia são palavras-chave num contexto de povoamento e exploração dos recursos mineiros, principalmente o ouro.



 


 
     
 
Exploração mineira do ouro e chumbo em época romana. Consequências paleoambientais
   
 
 




 

O estudo da mineração e das técnicas metalúrgicas deve ser articulado com a reorganização do território, pois a intensidade da exploração mineira na época romana determinou fenómenos de reordenamento do povoamento e alterações nas estruturas produtivas. Este tipo de estudo deverá realizar-se com o apoio de técnicas modernas de análise, recorrendo a uma colaboração multidisciplinar e internacional.

A organização espacial é um mecanismo essencial para controlo dos recursos económicos e da população, sendo imperioso detectar qual o papel de Bracara Augusta e do convento bracarense, num Noroeste Peninsular em que a mineração do ouro é predominante. Todavia, a área do conventus é muito vasta e o número de zonas mineiras elevado.

Este projecto incide sobre a metade ocidental do mesmo, onde existe uma sobreposição da zona dos grandes povoados proto-históricos (oppida) com a área de influência mais directa da cidade de Bracara Augusta, tendo-se escolhido duas áreas específicas: uma mais litoral (entre os vales do Lima e do Minho) e outra interior (Barroso e Veiga de Chaves). No que respeita à cronologia, este projecto pretende fazer a ponte entre os finais da Proto-História e o período antonino. Quanto aos objectivos pretende-se analisar a (re)organização do território relacionada com a exploração dos recursos económicos, nomeadamente a exploração mineira do ouro e estanho, mas também com as novas formas de exploração da terra introduzidas com a romanização, as quais terão tido grande impacto na paisagem.

Ao longo do segundo triénio, o projecto visa avaliar qual o impacto ambiental da exploração mineira e práticas metalúrgicas do ouro e do chumbo na área geográfica correspondente ao Convento Bracarense em época romana, mais concretamente entre os séculos I a.C. e IV d.C.

Através do inventário de todas as ocorrências de minérios de chumbo e identificação dos seus locais de exploração no Norte e Centro de Portugal pretende-se averiguar quais foram os seus circuitos comerciais, nomeadamente em relação ao Convento Bracarense, tendo em conta a extrema importância do chumbo na metalurgia do ouro, e por si só também na produção de objectos essenciais na economia romana.

A exploração do chumbo e do ouro são duas actividades das mais poluentes para o ambiente, principalmente em relação aos solos e águas, e os seus vestígios perduraram no tempo até aos nossos dias. Os objectos realizados em chumbo são extremamente nocivos para a saúde, conceito já existente em época romana. No entanto, a rede de canalizações existente em Bracara Augusta foi realizada em chumbo, tendo-se também encontrado um sarcófago revestido com o mesmo metal.